O esqueleto através de sua estrutura rígida propicia as atividades físicas e uma proteção dos órgãos do corpo. Para que este funcione basicamente é necessário uma forma anatômica adequada e rigidez.
Uma fratura é resultado de uma sobrecarga mecânica onde a integridade estrutural e rigidez são interrompidas levando a perda da transmissão de forças e suprimento sanguíneo na estrutura óssea envolvida . O grau de fragmentação vai depender do tipo de injúria.
Quanto maior for a força de impacto maior será o dano. O fator etiológico mais comum, de uma forma geral, são os acidentes automobilísticos. Nas fraturas mandibulares corresponde a 43%, seguido de agressões físicas 34%, acidentes de trabalho 7%, quedas 7% e acidentes esportivos 4% . A fratura pode ocorrer em várias áreas da mandíbula.
Os principais sinais e sintomas que podem ser observados nas fraturas mandibulares são: Dor principalmente durante a movimentação e palpação, hematomas e equimoses (pele com cor roxa), edema (inchaço) nos locais adjacentes a fratura, assimetria facial, má oclusão (os dentes não se encaixam), mobilidade entre os fragmentos fraturados, alterações funcionais (fala, deglutição, respiração), desvios e/ou limitações no movimento de abertura, e fechamento. Hemorragia (sangramento) e parestesia (sensação de amortecimento na região).
O objetivo principal no tratamento é restaurar a função e forma existentes previamente ao trauma. Para que esta reabilitação ocorra da melhor maneira possível é fundamental uma criteriosa avaliação inicial, o diagnóstico deve ser realizado através de exames de imagens apropriadas (Figura 3) e exame físico sistemático para se determinar o melhor plano de tratamento. Tudo isto deve ser realizado com o intuito de devolver ao paciente suas atividades normais o mais rápido possível, da maneira menos traumática e restabelecendo sua função mastigatória, onde para isso é imperativo o conhecimento de oclusão associado a um bom resultado estético facial.
O procedimento cirúrgico tem como princípio básico uma redução anatômica, onde os segmentos fraturados são reposicionados em sua posição original e em seguida são imobilizados através de placas e parafusos de titânio. Esta redução anatômica deve ser realizada após a oclusão original ter sido reestabelecida.
O procedimento é realizado no hospital, sob anestesia geral. Hoje, com a evolução da fixação interna rígida e das técnicas cirúrgicas é possível restaurar a forma e função através de placas e parafusos de titânio, esta técnica permite, através da imobilização dos segmentos, um reparo ósseo primário. Sua principal vantagem é a eliminação da necessidade de imobilização (o paciente sai de boca aberta), desta forma o paciente entra em função desde o primeiro dia pós-operatório facilitando sua recuperação e o retorno às suas atividades normais, dando maior conforto ao paciente.
Permite ainda uma melhor higienização, melhor alimentação, maior estabilidade, facilita a ingestão de medicamentos, permite o tratamento de pacientes com problemas neurológicos e o tratamento de pacientes desdentados. Desta forma, na maioria dos casos, o tratamento permite um retorno rápido as suas atividades normais, sem cicatriz na face com um mínimo de seqüelas.